EB 2,3 Infante D. Fernando - Biblioteca

13/11/2015

Charlie Chaplin - O primeiro mito do mundo do cinema

 


"Charlie Chaplin nasceu no seio de uma família humilde de actores judeus. Teve uma infância extremamente dura. Para além das dificuldades económicas, o pai faleceu quando ele tinha cinco anos, e a mãe enlouqueceu, tendo sido internada num manicómio. Estas trágicas recordações reflectiram-se em alguns dos seus filmes, especialmente em O garoto de Charlot (1921). 


O jovem Chaplin começou a trabalhar como actor numa companhia de pantomima britânica que fazia digressões por todo o mundo. Uma destas tournées levou-o até aos EUA.Foi aí descoberto pela produção Keystone, com a qual assinou, em 1913, um contrato em que se comprometia a fazer um filme de 300 metros (15 minutos) por semana.
Debutou no cinema a 2 de Fevereiro de 1914, com o filme Making a Living. Neste primeiro trabalho, o actor não aparecia ainda caracterizado como o vagabundo que o tornaria célebre, representando o papel de um gentleman elegante, de bigode imponente. Em 1914, com Corridas de Automóveis para crianças, apareceram os primeiros elementos da sua indumentária. Só no seu terceiro filme, Charlot e as Salsichas (1914), o vagabundo apareceu com todos os seus traços característicos.

A imprensa especializada não tardou em falar dele como grande actor e "cómico de primeira categoria". Deu-se o ínicio da sua carreira, Chaplin interpretou sempre personagens bem definidas. Queria, desse modo, demarcar-se das comédias produzidas pela Keystone, caracterizadas pelas suas loucas perseguições e pelo exagero gestual dos actores.
Terminado o contrato com a Keystone, em 1915, a produtora Essany contratou-o para realizar catorze filmes de duas bobinas. Durante este período começou a ganhar fama, sob o nome de Charlot, conseguindo transmitir o seu mundo poético pessoal nos filmes que interpretava.

O grande impacto do vagabundo, essa personagem romântica marginalizada e perseguida pela sociedade, com o seu chapéu de coco e sapatos enormes, reside no facto de conferir à crítica satírica o calor de uma forte dimensão humana.
Os seus filmes são, na realidade, críticas ferozes aos males e misérias da sociedade. No entanto, Chaplin grande conhecedor dos recursos do riso, embora utilize o humor como arma corrosiva, conjuga-o sempre habilmente com uma grande dose de ternura."

in, "História do século XX, década a década (1920-1929), vol.3, direcão ciêntifica Prof. Doutor António Reis